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27 maio 2020

27 de Maio | Dia da Mata Atlântica

Dia da Mata Atlântica

Em 1999, através de um Decreto Presidencial, ficou estabelecido 27 de maio como o Dia Nacional da Mata Atlântica. A data foi estabelecida em alusão a “Carta de São Vicente”, com a qual, em 1560, o Padre Anchieta descreve e ressalta a grandiosidade das florestas tropicais do Brasil.

Desde que começou o monitoramento de sua cobertura vegetal, dados dos últimos 32 anos mostram que persistiu o avanço sobre a Mata Atlântica, com uma taxa anual média de desmatamento da ordem de 60 mil hectares. Mantida essa taxa, teríamos Mata Atlântica por mais um século e meio. A partir de 2008, quando já dispúnhamos, então, de uma lei de proteção e do decreto que a regulamentava, essa média foi reduzida, contudo, ainda continuamos perdendo 21 mil hectares de Mata Atlântica a cada ano. “Para um bioma tão ameaçado, e que teve conversão de praticamente 90% da sua área original, os números do desmatamento são inquietantes. Segundo o entomologista norte-americano Edward Wilson, a indiferença para com o ambiente é consequência de uma característica básica da natureza humana, qual seja, nossa tendência de se envolver emocionalmente apenas com uma pequena região geográfica, um número limitado de pessoas e duas ou três gerações futuras. Se assim for, parece que estamos chegando no tempo de nos preocuparmos com a Mata Atlântica, já que ela está significativamente reduzida e no ritmo atual de desmatamento nada restará para a terceira geração futura. Mas precisamos lembrar que população e o consumo continuam crescendo, com ricos ficando mais ricos e a pobreza se avolumando. A perspectiva não é animadora. A política do atual governo federal está explicitamente voltada à eliminação dos obstáculos ao livre avanço da sanha predatória e devastadora sobre o patrimônio natural do país, incluindo a Mata Atlântica. O foco sobre a Mata Atlântica não é mero acaso. Por incrível que possa parecer, até o momento a Mata Atlântica é, dentre os patrimônios nacionais elencados na Constituição de 88, o único que recebeu um regramento legal para regular seu uso. Nosso parlamento, além de conservador, é muito lento até mesmo na observância dos mandos constitucionais. Precisamos rever estratégias, principalmente, quando percebemos que a ação de um vírus, em menos de seis meses, se mostra bem mais eficiente que três décadas de reuniões diplomáticas para reduzir emissões de gases de efeito estufa, por exemplo.

Nosso sistema moral vigente mostra que todos nós temos alguma percepção do valor ambiental, quer seja para defender a manutenção de uma árvore ou nela vislumbrar uma forma de obtenção de lucro rápido. Para muitos, esta última é vista como uma virtude. Com muita frequência ouvimos o argumento de que as pessoas precisam estar em primeiro lugar. Tudo se justifica em nome do “progresso e do bem-estar”. E sob esta lógica perversa habilmente socializamos os prejuízos decorrentes da degradação ambiental.

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 Fonte: oeco.org.br @joaodedeusmedeiros
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